Sunday, February 04, 2007

O Bicho

Vai. Fica aí com a sua altivez. Engole a seco a sua brincadeira de viver. Deixa a sua alma roer aos poucos e explodir, por causa da pressão atmosférica, já que você vai subir tão alto, ainda. Tão alto e tão longe, e tão sozinho: não leva consigo sequer o rosto dos que cruzaram os teus caminhos. Lembrar dói e atrasa, não é assim? Amar faz o relógio deixar de funcionar. Amor é fraqueza, é doença. Sentir é para os imoderados. Então, já que é assim, fecha a tua janela, porque está entrando muita luz através dela, e a luz te cega. Luz não é bom. Você gosta de andar sabendo onde pisa, e a linha do horizonte te assusta. Seus pés só conseguem sentir o concreto, o chão frio e duro. A tua pele só sente frio. Ou nada sente. A sua língua é seca e você não tem paladar. Os seus olhos são treinados para ver apenas aquilo que você quer. As suas mãos foram feitas para destruir imediatamente tudo aquilo que acabou de construir. Você anda em linha reta e programada, e enquanto anda, não vê nada do lado direito e não vê nada do lado esquerdo. E deixa tudo o que está atrás, se apagando aos poucos da sua macro-memória como um vídeo-game em 3D. A sua música é o caos. São as buzinas, barulho de trem, de motor, de escapamento de carro. Você respira pouco e um ar que é só seu. Os seus pulmões são pretos. Você só tem um rosto e as suas sobrancelhas não se erguem. A sua boca está seca e você não sente sede. Suas mãos não tocam as outras e os seus dedos são rígidos. Você não gosta de se olhar no espelho, já que nunca vai aparecer nele sozinho. Você tem rugas na testa. Você tem rugas no peito. Você não tem mais nome e não tem forma definida. Você é perecível. Você é daltônico. É o cinza. A sua parede está rachada e o cimento descama. Você causa silêncio. Você emudece. Você assusta. Você é uma máquina sem engrenagem. Você não é. Então vai e segue a sua sombra até o sem-fim. O seu caminho não tem fim e não tem começo. Entra na corrida daquilo que só você compete. Finge que chegou onde quer. Finge. Você esqueceu de onde veio e não sabe mais pra onde vai. Se vai. Come tudo aquilo que você construiu. Come a si mesmo, também. Sente o seu gosto insosso e cru. Fica procurando um gosto bom em alguma parte de si mesmo. Mas presta atenção! Pode ser que você vomite. Primeiro porque você é homem. E segundo, porque vai descobrir que está sozinho: aos outros, você já comeu.
Melissa Brienda Sliominas.

Friday, January 05, 2007

Santa Ignorância

Doce Mel e Comendador, perdoem a minha santa ignorância em matéria de blogs. Eu nem sabia que poderiam haver comentários a respeito do que se escreve. Portanto, não havia lido os comentários e não pude agradecer as palavras de vocês. Amigo é pra essas coisas mesmo: afagar a alma e sossegar o espírito. Espero continuar sendo merecedor da amizade de todos vocês. Só isso!

Rubatto
O Comovido

Ah, gostei da idéia do Del Carioca. Aquela de falar sobre um assunto relacionado ao post anterior. Tanto assim, que vou dar o pontapé inicial:

Whisky! Vinho! Gin! Martini! Pinga! Run! Cerveja! Licor! Fogo Paulista! Underberg! Conhaque! Bagaceira! Vermute! Jurubeba!

(A palavra que puxou o assunto foi "Del")

Rubatto
Perde o amigo, mas não perde a piada

Uma idéia...

Vou sugerir uma coisa: a partir do próximo post, aquele que fizer o próximo - que poderá ser um texto, uma imagem, qualquer coisa que a imaginação permitir - deverá observar o seguinte: que seu post contenha uma idéia, uma mensagem, uma palavra, qualquer coisa do post anterior. E assim sucessivamente... Ou seja: o post seguinte improvisará sobre o post anterior... Não necessariamente no mesmo tema, podendo haver guinadas de 360 graus! hehehe...
Exemplo: se alguém no post anterior, por acaso tiver escrito a palavra paz (num outro contexto), o seguinte poderá dissertar sobre a paz, ou colocar a imagem de uma pomba, ou sei lá! Como disse: pode-se pegar desde a idéia até uma determinada palavra...
E aí? Feito?

Del

Saturday, December 30, 2006

Para 2007

Chove forte diante da janela junto à qual escrevo. Rádio desligado, queda de energia, a única trilha sonora hoje é o som da água caindo, incessante. Ninguém em casa, fora a cadela. Mas ela se escondeu em algum lugar, com medo da chuva. Eu também estou com medo – não da chuva. É um medo daquilo que eu vou encontrar, no próximo ano, do que eu vou viver (ou, pior ainda, do que eu posso não viver).
É assim mesmo. Por mais que a gente planeje, por mais que a gente queira, deseje, sonhe, tem coisas que acontecem de um jeito bem diferente do que imaginamos – a maioria, eu acho. Eu jamais que o tanto de responsabilidades que assumi iriam me obrigar a permanecer aqui, trabalhando quase até a virada do ano.
Nem por sombra achei que me envolveria com os trabalhos com os quais me envolvi, que teria as experiências que tive, que faria os contatos que fiz. As coisas que eu pensei que passariam por minha vida, hoje, mas não deram nem sinal!...
E, pra falar a verdade, também nunca sonhei que teria os amigos que tenho hoje, verdadeiros milagres na minha vida. Como na frase de Saint-Exupèry: “e agora, com espanto e com surpresa, toda a esperança e sonho em que vivia vejo novamente nos seus olhos”.
Del, André, Chica, Mel, Peu, Julia, Letícia, Eric, Daniel, Rubens, Cris, Altair, Xavier, Erick... Basta me olhar no espelho pra ver cada um de vocês refletidos na minha imagem. Basta olhar para dentro de mim, para encontra-los, a cada instante. Todos são tão importantes pra mim que duvido muito que eu estaria aqui, hoje, desse jeito, se não fosse por vocês.
E, agora, 2007 vem aí e eu não sei o que vai ser. Nem me atrevo mais a fazer planos. Sei que tem muita coisa pra acontecer: outro livro, outros encontros, baladas (a gente precisa reunir a galera, precisa de novas histórias pra lembrar).
Não vou fazer pedidos, porque o principal, o que importa, não tem como dar errado, mesmo: aconteça o que acontecer, vamos estar juntos, de algum jeito. Então, só quero deixar uma mensagem a vocês pra esse novo ano que se inicia daqui a pouco:

“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora. Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”.
Mahatma Gandhi

E, como dizia a música, logo antes de acabar a luz: “I’m so happy cause today I’ve found my friends, they’re in my head...” – and in my heart, in my skin, in my soul.
Juliana

Feliz 2007


O Comendador, que, ao contrário de mim, é um sujeito bem-educado, ligou me cumprimentando pelo Natal. Na ocasião, eu tive a oportunidade de dizer que vocês foram um achado na minha vida.

Pois, exatamente quando eu senti o chão ceder e fui arrastado ao mais fundo dos abismos, vocês todos surgiram do nada e, mesmo não sabendo o que se passava, me mostraram que havia esperança, que eu poderia continuar vivendo, mesmo sem as pernas e os braços, como tentei descrever no poema “A Morte”.

O que dizer de uma mulher-menina como a Dulcíssima Jujuba, a Juliana de tantos sobrenomes? Tudo já foi dito por vocês e o todo será sempre muito pouco. Ela é simplesmente o coração do nosso grupo: se parar, o Terra morrerá.

E o que mais falar sobre o cérebro do grupo (exceto para matemática...hehehe), o Comendador? Somente que ele tem uma alma clara, só quem é clarividente pode ver.

E o Xavier? Esse é um mestre, um mago da pena, um escritor que produz em abundância e que sempre nos surpreende com a qualidade e a emoção dos seus textos e poemas. Sou seu fã, Grande Poeta do Além-Mar!

E o Chica? Essa mulher de tantas histórias e de uma sensibilidade rara, que aflora à pele.

E o Del Carioca, ex-grande manguaceiro, talentosíssimo multimídia, que alegra e inflama o grupo com seu humor praiano.

O Peupeu Gomes é outra alma clara e translúcida. Grande cara que, felizmente, saiu e voltou depois de cinco minutos (acho que foi só o tempo de tomar uma e pensar melhor). Fique aqui pra sempre, amigo.

A Mel, então, o nome já diz, é um doce de menina. Sensível, carinhosa e talentosa.

A Júlia, pelo pouco que conheço, é pragmática, atira direto e sempre acerta no olho da mosca. Adorei conhecê-la. A Letícia, idem.

Tem também o Eric Montenegro, que, apesar do mau gosto musical, é um garoto de vasto futuro. E o Pedro Bala, neto de cangaceiro, nordestino de texto afiado feito uma peixeira.

Lamentavelmente, a Duquesa Fabrizia deu um tempo conosco; uma lacuna impreenchível. Mas, garanto que a saudade vai apertar e ela vai voltar depressinha.

A todos vocês, meu muito obrigado. Pela amizade, pelos ombros amigos e, principalmente, por existirem em minha existência.

Rubens Rubatto
O Fã nº 1 de vocês

Friday, December 29, 2006

Cheers!



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Para meus amigos do Terra, com carinho.

Mel.

Monday, December 25, 2006

A VOLTA DAQUELE QUE NÃO FOI

"Vontade de ser sozinho
Seguro do que passou A taça do mesmo vinho
Sem brinde mas por favor
Não é que eu não tenha amigos, não
Não é que eu não dê valor
Mas hoje é preciso a solidão
Em nome do que acabou..."


Nem sabia por onde começar então usei parte desta letra, para tristeza de nosso amado Rubatto é autoria de Oswaldo Montenegro. Na verdade eu nem conheço muito as letras deste cantor, mas depois do e-mail que a Juliana me enviou, era impossível não colocar nestas linhas.

“Lá onde outros propõem suas obras, eu não pretendo fazer outra coisa senão mostrar meu espírito.” (Antonin Artaud)

Passando estes dias de “tempestades” eu acabei me perdendo, nunca escondi minhas origens, nunca tentei ser mais do que ninguém, ou fazer algo só para “chamar atenção”. Sempre levo comigo uma coisa: O Amor!

Amor por tudo que faço, principalmente se envolver o Teatro e a Literatura, talvez seja esse o “brilho” que a Juliana viu em meus olhos quando interpretava, talvez seja isso que me faça “ir além”, como no livro eu reafirmo, sou uma criatura mutante, preciso do novo, todos os dias, mesmo que esse “novo” seja velho, mas minha visão tem que ser diferente tem que ter um “ângulo” novo. Contudo, eu não sei escrever bonito, não sei por no papel ou traduzir nestas linhas o amor que sinto por cada um de vocês.

É algo extremamente forte o que sinto, eu já morri diversas vezes na minha busca pela paz. Lutei minha vida toda para não “petrificar” meu coração, Já vi gente, amigos morrendo violentamente diante de meus olhos ou apenas indo embora, assim sem motivos, sem razões alguma, e podem ter certeza, cada um deles levou parte de mim!
Queria dizer aqui que nada, repito, nada doeu tanto quanto escrever aquele “e-mail de despedida.” Eu assumo: Não sei lidar com perdas! Não perdas materiais, mas sentimentais, amizade, amor...Etc.

Tenho outro problema, sou ansioso e precipitado, e não consigo imaginar que eu possa vir “machucar alguém” que amo. Mas, como disse um Anjo em minha vida:
-Isso já foi, é passado!

Então enterro este assunto de vez, por outro lado, isso me deu uma força enorme, por saber que estou para vocês assim como vocês estão para mim, sempre tive dificuldades de me manter em “grupo”, minha alma é solitária, desgarrada, sinto-me uma “ilha flutuante”.
Fiquei feliz com as palavras do Amigo André, só o nome já diz tudo: LEAL!
Sinto que lealdade não lhe falta, pode acreditar que você tem um amigo aqui, um irmão.
Del, você não tem noção do quando me ajudou, mesmo sem saber de nada e estar há kilômetros de distância, sua mão, seu ombro, sua alma, chegou até mim, tanto é que em dois dias eu liguei o FODA-SE e matei sozinho um “cara” engarrafado chamado de Johnnie Walker Blue Label, lembrei do Red que lhe presenteei e me arrependi não ter aberto um aquele dia para ficar com a “boca aberta” igual a ti, meu irmão...rs (Saiba que minha ulcera nem deu sinal de vida e também não se preocupe, não vou precisar entrar para o A.A.).

Sou ingênuo sim, meu amigo André Leal, mas esta ingenuidade eu tive que conquistar para poder viver, pois houve um tempo em que eu não mais acreditava no ser humano e andava "armado". Foi então uma das vezes que tive que “morrer para estar vivo”, assim mudei minha mente e assim quero continuar mudando, com meu coração ingênuo e "desarmado".

Erick, o que posso dizer de um cara que conhece um ex-maloqueiro da periferia, na saída de uma peça totalmente falada em grego e sem legendas chamada"Epigoni" e o convida para entrar em um grupo de poetas?
Cara... também temos um elo forte que não será quebrado tão fácil...
Você me deu a oportunidade de sonhar “mais Alto” e isso não esquecerei.

Nobre Rubatto garanto que você deixaria uma enorme Lacuna sim, se não tivesse a experiência de vida que tem e fizesse “as cagadas” que este seu amigo aqui faz de pensar em deixar um grupo assim.

Juliana, você também é outro anjo em minha vida, aparecer naquele sábado na loja e me dar o privilegio do seu abraço, seu carinho e simplesmente me ouvir, foi o máximo!

Letícia, o seu: Caralho! O que aconteceu?
Já bastou para mostrar que temos uma ligação, uma amizade que esta no início, mas é sincera, te adoro!

Kiko(para os íntimos), tivemos juntos por no máximo 30 minutos, contando suas duas “aparições relâmpago na festa, mas deu pra sacar que temos uma “sintonia” grande e obrigado por suas palavras. Até mesmo por fazer lembrar em um de seus e-mail uma musica do Garotos Podres – Papai Noel Velho Batuta...rs

Mel, não tenho “frescuras”, você me conhece, trabalhou comigo e viu minha paixão por meus amigos, sabe do que estou falando, eu estou e sempre estarei lá pelo outro, sempre suportarei dores que não são minhas sim, pois foram anjos como você, minha irmã por adoção, pessoas assim que me fizeram mudar... Obrigado!

Cris Nobre, você nem se manifestou, mas nem precisa, pois tu sabes que é a “Menina de lá”, não preciso falar mais nada, um dia a gente se encontra, né?

Julia, acredito nunca ter errado ao escrever seu nome, apesar de você ter chegado ao extremo do erro sobre minha pessoa, disse que dificilmente se enganava, ainda bem que não afirmou, pois teria se enganado feio. Porem, eu não me enganei sobre você nega, espero que nada interfira em nossa amizade, você é uma mulher surpreendente e super racional, obrigado também pela força.

Enfim, todos vocês, Chica, Xavier, Altair, todos que não tive muito contato, mas de um modo ou de outro me trás Paz. Eu só tenho agradecimentos para fazer.
Obrigado!... Sempre!!!

Preciso parar agora, pois tenho outro problema sério: Sou o Rei da Pieguice!...rs
Amo vocês!
Peu Ramos

Ps: Eu ia deixar um texto do Artaud, como escrevi pra CARALHO! E vocês vão ter que ter Saco para ler tudo e ainda ficar sem entender nada, pois como disse, eu não consigo colocar nestas linhas tudo que sinto... Vou deixar uma letra que simboliza muito do que estou sentindo.

Compasso
(Ricardo MacCord / Angela Rô Rô)
É o que pulsa o meu sangue quente
É o que faz meu animal ser gente
É meu compasso mais civilizado e controlado
Estou deixando o ar me respirar
Bebendo água prá lubrificar
Mirando a mente em algo producente
Meu alvo é a paz!
Voou carregar de tudo vida afora marcas de amor, de luto e espora
Deixo a alegria e a dor ao ir embora
Amo a vida a cada segundo
Pois prá viver eu transformei meu mundo
Abro feliz o peito, é meu direito!






Sunday, December 24, 2006

Ainda em clima natalino...

Antes que esse nosso blog - maravilhosa idéia da minha francesinha favorita! - pegue fogo e daqui comecem a pipocar idéias mirabolantes, faíscas geniais, estonteantes relampejos de sabedoria, peço permissão pra dizer um pouco sobre o que sinto... Dizer um pouco daquilo que queria dizer pra cada um de vocês mas, infelizmente, não tive o tempo necessário - o que, olhando por um outro lado, foi positivo, pois nos obrigará a promover novos encontros, não?
Não querendo ser enfadonho, mas necessitando, muito, dizer pra todos como é "duka" (nas palavras do Comendador...) pertencer a esse grupo!!! E, parafraseando a velha do Jack, o estripador, vamos por partes... (ah, antes de mais nada, não há hierarquia entre as partes, pois todas elas fazem parte do todo...rs...)
Caro Erick, amei de montão a mensagem de natal - e de vida - que vc deixou na caixa postal do meu celular. Saiba - e sei q vc sabe! - que a recíproca é pra lá de verdadeira. Você, com sua intuição, seu "Eureka!" pós-moderno teve a brilhante idéia de nos convocar pra fazer parte de um grupo, inicialmente, de poesias e que, com o tempo, tornou-se um grupo de amigos. Uma experiência inusitada que tornou-se sólida e, como dissemos nas introduções dos livros, deu frutos e continuará dando, tenho certeza! Muita coisa boa, bela, surpreendente ainda há de vir. Pressinto isso, talvez não com a sua intuição de ser iluminado, mas com aquele musculozinho teimoso que bate aqui dentro do meu peito...
Ju, Ju, Ju... Ainda me lembro daquele dia que a gente papeou no msn e nos incendiamos mutuamente na alegria de cogitar um novo livro! Rapidamente, pedi que vc inflamasse a galera enquanto fiz uma capa, ainda "crua", pra que todos pudessem sentir a coisa "nascendo"... Lembram? Dei um nome: Fragmentos da Garoa... Ah, e também fiz o primeiro parágrafo do nosso conto coletivo. E como foi bom tudo isso! Com a fogo da Ju, sempre incansável, com a capa e o parágrafo, começaram as adesões e nosso filho, antes imaginado, começou a tomar forma até nascer naquele lindo dia 9 de dezembro... A Ju é de uma docilidade sem par, sempre querendo aglutinar, sempre querendo o contato com os amigos - hoje, irmãos do Terra... Envolve-se nas tarefas com o corpo e a alma e não poderia ser outro o resultado, né?
Nobre Rubens... Rubatto para os íntimos. Tudo bem, tudo bem, dessa vez ele conseguiu me dar um nó na manguaça...rs... (também pudera, ele deixava a latinha de cerveja chegar a estonteante temperatura de 40 graus, de tanto que esquentava em suas mãos. Além do que, tive mesmo a impressão de ver pequenas teias de aranha se formando entre suas mãos e bebida quase intocada...). Mas que talento tem o rapaz, não? Toca violão com maestria, poeta como ninguém e tornou-se o contista estreante recém-descoberto do ano! Apesar de trabalhar além da conta, apesar de não ter ido me dar um abraço no meu outro lançamento, meu caro, saiba que te curto de montão - sem baitolices... hehehe... O Rio de Janeiro e seus botecos estão sempre por aqui, te esperando. É só me avisar....
Meu querido Peu, deste-me um susto do tamanho do mundo! Fiquei aqui, sem saber o que fazer, querendo te oferecer um ombro amigo, mas me sentindo meio inútil pra isso, pois estou tão longe!!! Mas, felizmente, você retornou... Não entendi, ainda, o lance sobre parar de escrever, mas torço pra que não falte oportunidade pra que a gente possa conversar. Por incrível que pareça, talvez não aconteça isso com os outros, escrever pra mim não é um prazer. É penoso, sabia? Sofro pra rasgar o papel com a primeira frase de qualquer texto... Quando eu era mais jovem, era mais fácil escrever. Hoje já não é tanto assim, mas insisto. Principalmente agora, que descobri no grupo uma motivação, uma espécie de combustível que, de alguma forma, me força a escrever, a criar, a querer... Acho que isso pode acontecer contigo. Pensa bem: não foi instigante pra vc, um desafio mesmo, o lance de escrever um conto pro nosso livro? Pois é... Mas, meu amigo, resolva o que resolver, tá resolvido. Mas não fique longe...
Meu poeta português predileto, Xavier... Como invejo - inveja boa, não aquela de características pérfidas! - a tua criatividade, a forma como as palavras te inundam em quantidade. Parece, mesmo, que vc possui uma antena receptora de versos... Saiba que é sempre um prazer poetar junto contigo, seja com palavras, ou com arte - como foi nas vezes em que vc me pediu que fizesse uma ilustração pros teus livros...
Doce Chica, a tua serenidade contagia. Talvez funcione como o contraponto de equilíbrio pra esse frenesi criador do grupo, de forma a transformar toda essa mistura heterogênea, numa unidade incrível... Sabia que tô sempre esperando por alguma intervenção tua nas discussões do grupo? Meio que pra me guiar dentro desse unverso tão agitado...
Francesinha, Francesinha predileta... Puxa, não posso mesmo, depois daquele dia, ouvir qualquer coisa relacionado àquelas terras, sem me lembrar de você! Até mesmo na arquitetura, qdo passo por algum lugar art-decô, art-nouveau... Vichiiiiiiiiiiiiiiiiii.... Realmente me senti hipnotizado pelo personagem que vc criou mas que, certamente, tem muito de você, não? Certamente, a suavidade, a sensualidade... Um estrelinha de primeira grandeza, da pela alva, de brilho intenso...
Julia, sem acento - aprendi isso também, viu? - também me pareceu ser doce, meiga, suave e... de grande personalidade. Pena que não tive muito tempo pra saber mais sobre vc... Como não deu pra saber mais sobre o Daniel, sobre o Aldair, sobre a Letícia, sobre a Fabrízia (isso, no primeiro livro...) - e espero que não falte oportunidade e, com certeza, da próxima vez, tomarei cuidado pra não ficar com a boca tão aberta...rs...
E tem a Cris... Essa é um caso a parte: tive apenas um contato com ela, por incrível que pareça, via msn... Apesar de corrido, às pressas, até que foi legal, né? Senti que ela é uma maluquinha beleza, com dialeto - e personalidade - próprios... Dá vontade de conhecer ainda mais o que se esconde por trás daquilo que não se sabe...
Erik, ou como chamam os amigos, Kiko... Esse dispensa comentários, né? Desde que ele veio aqui pro Rio com a Ju pra assistir ao Rolling Stones e ficaram aqui em casa, eu o sinto como um grande irmão (irmão menor, já que pela idade.... hehehehe...). Mas o cara é massa, gente fina. Cumpadre, te espero aqui no Rio de novo, pra gente zoar, ligar pras pessoas de madrugada - como fizemos com o Rubens e com o Erick - e tomar todas... (espero que, até lá, esteja 100%...)
Bom é isso. Desculpa por ter me alongado demasiadamente, mas senti a necessidade de dizer tudo isso - e poderia dizer muito mais de cada um. Tudo isso é apenas pra externar meu desejo de que, nesse ano de 2007, a gente possa estar juntos, sempre, com novos planos, novas travessuras literárias...

Feliz Natal! Feliz 2007!!!
Amo todos vocês!!!!

Del Schimmelpfeng

Estamos Todos Reunidos em Uma Pessoa Só

Quem conhece um disco do Arnaldo Baptista chamado "Lóki?"
É dos anos 70, coisa mais linda.

Catarina estava em casa ouvindo um disco do Arnaldo Baptista quando pensou: "que vontade de comer iogurte". O problema é que era de madrugada e o não haviam supermercados 24 horas na época em Catarina escutava seu disco do Arnaldo Baptista. Vizinha à sua casa morava uma família muito simpáritca e religiosa, eles não teriam iogurte.

Carlos, o filho mais velho da família vizinha em algumas décadas abriria uma loja de revelação de fotos e ganharia um bom dinheiro quando comprasse uma máscara digital para seu minilab analógico. Catarina tinha quase a mesma idade que ele, mas ela em algumas décadas iria se tornar um furacão que destruiria New Órleans, na América do Norte. As vezes as mulheres são perigosíssimas, precisa-se tomar cuidado com o que diz à elas.

Uma amiga que Catarina nunca mais viria era Penélope, os pais dela haviam mudado de cidade e Penélope foi a contragosto. Penélope em alguns anos se descobriria lésbica, mas ela nunca havia tido nenhuma atração por Catarina. Catarina apenas permanecia na lembrança de Penélope por um chaveiro que Catarina deu à ela. Você assobiava e o chaveiro respondia, Penélope ficou com o chaveiro por muitos anos.

Carlos um dia iria ter um caso fora de seu casamento com uma prima de primeiro grau de Penélope, a Raíssa. Nem Carlos nem Penélope nunca ficarão sabendo disto. Catarina tampouco.
E na verdade, pouco importa.

Beijos,

Erick Monstavicius

Saturday, December 23, 2006

Carta ao Terra.

Olá, amigos.
Estou aqui e me lembrei que tem panetone. Eu adoro panetone. E preciso também tomar um banho. E preciso arrumar o quarto. E preciso lembrar que daqui a pouco o ano vira e eu preciso fazer as promessas todas e todo o blá-blá-blá de sempre. Triste, porque meus pais vão pra praia e eu não sei se poderei ir também. No ano passado eu passei o Reveillon sozinha, acredita? Este ano sei que sozinha eu não passo, tenho vocês. E espero que de tudo o que eu perdi e ainda vou perder, eu nunca os perca. Sei que depende de mim e muitas vezes estarei em silêncio, tentando me encontrar pra então aparecer e saber o que mostrar!
E eu estou escrevendo à vocês pra dizer que de tudo, o que mais preciso agradecer é o sorriso de vocês e tê-los na minha vida. O privilégio de ter o que ler, o que escutar, o que dizer e pra quem dizer. De simplesmente poder ter alguém ao meu lado mesmo que seja só pra dar alguns passos sem rumo e sem pretensão. Nem que seja só pra tomar um café. Pra dizer muito ou coisa alguma e mesmo que dizendo muito seja coisa alguma. Porque as vezes dizer coisa alguma é dizer muito e vocês sabem disso e agora eu estou tentando descontrair!
Rubatto, me pediram pra te dizer que você conseguiu agradar _ e muito _ com seus contos, se era este o seu medo! Você escreveu na sua apresentação. Te leram. Te adoraram.
Letícia, suas fotos são lindas! Del, boa sorte na prova! Chica, assista ao coral no prédio do HSBC, por mim e por nós. Juliana!!!!!!!!!! Mais risos e mais choros em 2007, seja como for, estarei lá com você!!!!! Julia! Aprendi a escrever seu nome sem acento, mas ainda tenho que voltar e apagar algumas vezes. Peu... eu sei que um dia você vai voltar. E você vai rir de tudo isso. Erick. Quando eu te contar meus planos você vai cair pra trás. Ah! E meus amigos adoraram os seus contos, principalmente o da intervenção. Altair, Cris!!!!! Escrevam!!!!!! Compartilhem de tudo conosco!!!!! Daniel!!!! Estou fazendo aqui o que você sugeriu!!!!! Agora você vai ter que escrever neste aqui também!!!!!!
Um brinde, amigos. Um brinde à chuva que está caindo agora. Um brinde às lágrimas e aos risos. Um brinde à nós.
Com carinho,
Mel.